Na pandemia muitas marcas precisaram se reinventar. A Meraki, lançada em 2016, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, é uma delas. Começou com a linha de roupas femininas, investindo na confecção própria de camisetas e moletons, porém foi forçada a repensar o empreendedorismo quando o covid-19 chegou balançando a estrutura até mesmo de grandes empresas. A empresária Raquel Thompson disse que foi necessário muita criatividade para seguir o negócio e contornar a situação, incluindo outras peças de vestuário na confecção, como calças, vestidos e saias.



Faça sua moda
Raquel, idealizadora da Meraki, conta atualmente com a parceria da irmã Mariana e da mãe Margareth para seguir a proposta de moda autoral, já bastante conhecida em Uruguaiana. “Nosso propósito é vestir o corpo das mulheres que procuram uma roupa além do convencional”, frizou, lembrando o lema da marca: “Faça sua moda, vista suas ideias, em defesa da liberdade de usar aquilo que te faz sentir bem, acima de tudo”. A empresária, jovem e decidida, afirma que dar o pontapé inicial em uma marca própria exige muito de quem se propõe a investir, como a busca da identidade do empreendimento. “Além do autoconhecimento, é preciso ter otimismo e confiança para colocar em prática tudo o que se almeja”, disse. E foi exatamente o que fez.

Tendência sem perder a essência
Acompanhar as tendências de moda sem deixar de entender o que as clientes Meraki buscam na marca, é quase um mantra na criação de cada peça. Apesar de estar longe geograficamente das metrópoles, onde se respira moda, a Meraki não deixa a desejar, sempre antenada com as novidades do segmento. Na região fronteiriça a empresária percebe o crescimento do mercado que apresenta cada vez mais empreendedores investido em seus próprios negócios, criando suas marcas e buscando crescimento. Outra percepção dela é a valorização do produto local: “Vejo pessoas nos apoiando, valorizando nossas roupas, consumindo o que produzimos, assim como em outros segmentos, seja qual ramo for. O trabalho mais artesanal e de qualidade também está recebendo muita consideração porque estão entendo a sua importância”.



O lado não tão legal, segundo Raquel, é que o custo de produtos feitos em pequena escala são mais elevados, que faz aumentar o seu preço final. “Sempre passamos essa informação para conscientizar o público de todo o processo e a da importância de valorizar esses produtos, pois não é apenas o valor, mas sim todas as etapas envolvidas” disse, declarando que “Uruguaiana é uma cidade muito promissora, ainda vamos ter muito retorno e crescimento na confecção e também em outras áreas”.


A empreendedora tem consciência que existe um lado negativo no desenvolvimento de uma marca de roupa. No caso da Meraki, citou a escassez de mão de obra e a falta de matéria prima na região, para a confecção das peças. “A distância regional dos grandes centros dificulta o acesso ao material, que é comprado fora”, salientou. Em relação ao atual mercado, expôs a instabilidade imposta pela pandemia que acelerou a busca pela inovação, a qual passou a ser uma constante dentro do seu negócio de moda.

Além do espaço físico, a Meraki tem presença digital com o instagram @usemeraki onde divulga a marca e comunica-se com o público.
Por Giovana Petrocele